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Status: concurso de projeto

Ano: 2019

Autores: Atelier Becker + Brune 

              Arquitetura + Vitor Hugo

Localização: Curitiba - PR


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O Água Verde é um bairro muito vivo, predominantemente residencial onde a história se traduz na arquitetura industrial remanescente como na antiga fábrica da Gerdau S.A.. Propor um edifício habitacional nessa região vai de encontro com teorias recentes sobre urbanismo que defendem um adensamento da população pois quanto menos território a cidade ocupa, menos deslocamentos de longa distância serão necessários: seus moradores poderão se deslocar à pé ou de bicicleta com poucos minutos do centro ou das estruturais. A sustentabilidade de um empreendimento como esse está evidente, mas como gerar uma relação amistosa e positiva com a cidade e seu entorno, sem gerar muros mas sim conexões?

 

O edifício proposto surge a partir do térreo, que permite uma interação entre os vizinhos e moradores bem como uma maior segurança da calçada através da sua alta permeabilidade visual, atendendo ao que Jane Jacobs teorizou como “os olhos da rua”. O terreno é delimitado por um fechamento em vidro permitindo que o pedestre tenha uma plena interação visual com as áreas de lazer do interior, sendo o hall de entrada o único elemento fechado no térreo.

 

Inspirado em térreos fluídos como do Condomínio Parque Guinle de Lúcio Costa e o Condomínio Louveira de Vilanova Artigas buscou-se diluir o térreo e proporcionar uma vegetação exuberante de plantas nativas brasileiras e exóticas. Apesar da legislação não considerar as áreas de recuo para a contabilização de área de recreação, utilizamos essa área como extra. Assim o recuo não se trata de uma área que distancie os moradores da cidade mas sim crie novas formas de interação. Portanto elementos que estimulam a permanência, o contato, troca e descanso dos moradores foi expandida no recuo de maneira que todo o terreno é realmente utilizado pelos moradores e seus visitantes. Esse espaço externo é essencial devido à falta de parques na região.

 

Partindo de uma planta convencional de apartamentos com dois núcleos de circulação verticais distorcemos lateralmente em planta para tanto acomodar o alinhamento do recuo como para permitir mais luz e visuais. Esse deslocamento criou uma sacada para cada apartamento com face à Rua Mato Grosso, uma extensão do apartamento que proporciona uma ampla área externa com visual para o pôr do sol. O paisagismo não se restringe às áreas comuns mas também cria uma linearidade visual nas sacadas com plantas escolhidas de acordo com suas cores e formas (ex. o arbusto Capim Pena sendo mais claro e a Lutiela sendo avermelhada), mantendo um conjunto coerente na elevação.

 

As circulações verticais foram reduzidas ao mínimo necessário destinando mais área construída privativa para os apartamentos. Além de garantir espaços externos de amenidades para interação entre vizinhos como no térreo e terraço, os apartamentos possuem amplas áreas externas para interação da família e amigos privativamente. Os apartamentos têm maleabilidade de expansão de salas e quartos podendo ser retiradas paredes de drywall. A modulação da estrutura em eixos permite uma construção barata e convencional de vigas e pilares em concreto armado.

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